terça-feira, agosto 23, 2005

Bangladesh

É bom estar de volta a esta terra de camões onde a lingua portuguesa é rainha. Hoje escrevo em português porque é esta a minha lingua. Escrevo em Português também como forma de homenagem a Bangladesh.
No inicio do século XX, existia apenas India mas os Ingleses decidiram partir o país em dois na altura que deram a independencia, sendo que passou a haver a India e o Paquistão. Uma das grandes razões pelo qual o Bangladesh se tornou independente do Paquistão é o orgulho de falar Bengali, o povo de Bengala achou que era a gota de água quando o estado Paquistanês tentou proibir o ensino de Bengali nas escolas e obrigou o ensino de Paquistanês. É com orgulho que Bangladesh celebra o dia internacional das linguas todos os anos sendo também o seu dia nacional, dia da celebração da sua grande individualidade que é o Bengali.
Estive 20 dias no Bangladesh e foi uma experiência muito boa que não vou esquecer tão cedo.
Bangladesh é um pais pacifico onde as diferentes comunidades religiosas convivem sem nenhum problemas. As noticias sobre atentados de fundamentalistas islamicos não demonstram a verdadeira realidade do país. Eu estive numa pequena aldeia onde hindus vivem em harmonia com a maioria muçulmana.
Daka é a capital louca, com o stress do dia a dia, cheia de rickshows e babys taxis sempre prontos para te levar a qualquer lado pelo dobro do preço real. É sempre necessário negociar o preço, mas por vezes é dificil discutir com pessoas que só percebem a sua adorada lingua o Bengali. Daka possui também uma certa magia, principalmente em Old Daka. É nessa parte da cidade que sentimos a verdadeira alma da cidade, ruas estreitas, cheias de pessoas. Ai estive num belo forte antigo e até vi o pink palace, um testemunho dos tempos do colonialismo inglês. O rio que atravessa a cidade é cheio de vida, com os seus barcos, pessoas a nadar, a lavar os dentes , a tomar banho, a saltar para a água. Não muito longe do rio existe a rua dos hindus, onde de dois em dois edificios encontramos uma estátua de kali ou de outro deus, quando por lá passei a festa reinava e havia muita musica e cor, pessoas cheias de pó branco e amarelo. Foi bom tomar um chá naquela rua.
Kalia é uma pequena aldeia rural e pouco mais se pode dizer. Não existem telefones e durante 12 dias ou tomava banho no lago comunitario ou utilizava a bomba de água. De noite na escoridão total houvia a musica dos rituais hindús e por vezes houvia a reza muçulmana.
As casas eram simples mas de diferentes formas e feitios. Era normal ver uma cabra ou vaca calmamente a pastar.

O nordeste é rico em sitios arqueológicos com testemunhos de todos os grandes imperios que dominaram o país, desde os tempos do budismo até ao islamismo actual. A fotografia demonstra um dos poucos locais no Bangladesh que pertencem há lista de sitios pratimónio da humanidade. Este é um antigo mosteiro budista, no centro o grande templo e em volta estavam as celas dos monges budistas( cerca de 100). O templo foi queimado pelos hindus quando estes conquistaram esta parte do território. Mesmo assim os hindus aproveitaram o local e ainda podemos ver inumeras gravuras hindus.
Cox bazar é uma das maiores praias do mundo e o que mais se parece com uma estância balnear, a cidade em si não é muito interessante, mas aposto que se tivesse explorado um pouco mais os arreodores teria adorado. Esta terra fica muito perto da fronteira da Birmania e é dos pouco lugares onde ainda existe uma forte comunidade budista.
Neste belo país estive em locais de culto das 4 mais importantes religiões do mundo.

Para o ano Mongólia ou Nepal.

2 comentários:

arte-i-factos disse...

Bemvindo! Que experiência!
Talvez me possas explicar como se processa essa história do voluntariado...

Floppy disse...

eheheeheheh :)

o oriente marca qualquer um!!!!!! toda a gente deveria lá ir...